sábado, janeiro 08, 2005


"Algo tão pequeno como o bater de asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo..." Teoria do caos
O cinema tem interesse esporádico pela idéia de viajar no passado, consertar erros e voltar para o futuro com a esperança de viver melhor. O tema é humano e ganha em O Efeito Borboleta (The Butterfly Effect, EUA, 2004) uma intervenção cruelmente divertida a partir de uma leitura superficial da "teoria do caos", fenômeno de estudo na física e matemática onde uma ação inicial terá desdobramentos impensáveis no futuro via cadeia sequenciada de eventos. Exemplo clássico é o da borboleta que bate suas asas na Ásia, influenciando mais tarde uma tempestade no outro lado do mundo. O astro é Ashton Kutcher, 25 anos, da série That 70s Show e odiado/admirado no mundo de papel das celebridades hollywoodianas como o namorado de Demi Moore (Ghost), 42. Interessante que sua interpretação em O Efeito Borboleta é, em termos gerais, bem decente, contrariando as más línguas que só falam mal do astro dos divertimentos Cara, Cadê Meu Carro? e Recém Casados. Sobre o passado como antídoto para o presente, Exterminador do Futuro, Os Simpsons, Alta Frequência, Minority Report, para citar exemplos dos mais populares, já investigaram esse tipo de coisa. O tema ganha agora tratamento interessante, em especial pela forma como esse primeiro filme dos também roteiristas Eric Bress e J Mackye Gruber (ahem... Premonição 2) parece respeitar a palavra escrita e as imagens como chaves para a compreensão de quem somos, outra temática recorrente no cinema (Blade Runner, Amnésia, Retratos de uma Obsessão).Construído competentemente na sua primeira hora numa série de pinceladas certeiras que nos narram a infância desagradável de Evan Treborn (Kutcher), O Efeito Borboleta avança em alta velocidade rumo a uma segunda metade que não parece dar conta da complexidade da premissa. Evan é um estudante de psicologia que tenta entender um distúrbio herdado do pai. Em momentos traumáticos da infância, ele apagou, sem lembrança das ocorrências. Estimulado por um psiquiatra infantil e por sua mãe (Melora Walters, de Magnólia), passou a escrever diários como forma de segurar-se à verdade. Num desdobramento descaradamente "fantastique" (o "fantástico" pelo "fantástico", sem maiores satisfações), Evan descobre, já adulto, que ao ler em voz alta as páginas do passado mais perigosamente próximas aos traumas, as paredes de onde quer que esteja começam a derreter, as letrinhas do diário caem como numa sopinha e o cinema vibra com o BÁ-BUM-BAM típico de filmes pipoca como esse. Voilà, Evan está de volta ao passado, caindo de pára-quedas nos piores momentos da sua vida.Parte do interesse gerado pelo filme vem do quanto os diretores são capazes de estabelecer que cada um dos traumas não são mesmo para brincadeira. Eles não aliviam a mão em temas como pedofilia, crueldade infantil e trágicas brincadeiras de mau gosto. Quase sempre, os traumas envolvem a participação de amigos de infância, aspecto que poderá levar alguns espectadores e lembrar de Sobre Meninos e Lobos, de Clint Eastwood. Um desses traumas (menor) é Seven, filme de David Fincher (e da New Line, mesmo estúdio de O Efeito Borboleta), que os amigos vêem juntos. Evan tentará ajudar os seus amigos já adultos, em especial seu amor adolescente, Kayleigh (Amy Smart), o maior alvo de mudanças absurdas nas realidades paralelas geradas. As tentativas de alterar o presente resultam em alternativas pioradas do presente, que confirmam o toque de crueldade responsável por manter O Efeito Borboleta vivo e com esse algo de interessante. A sequência da penitenciária é particularmente butal. Desdobramentos, por outro lado, são dos mais simplórios para um filme que cita a idéia da borboleta que bate as asas. Se há alterações físicas e psicológicas nos indivíduos, os arredores e terceiros permanecem frustrantemente imutáveis.De qualquer forma, o filme funciona melhor no seu respeito pela documentação escrita (diários), e num momento interessante onde Evan apela para imagens caseiras em Super8 como forma de voltar ao seu passado. Engraçado é que toda essa idéia é literalmente jogada na lata de lixo para um final Sex and the City tão espetacularmente imbecil que o espectador mais ciente da mecânica hollywoodiana poderá livrar os diretores de xingamento ao entender que eles provavelmente foram obrigados a filmar e editar desfecho tão burro. De fato, procurando informações na internet, descobrimos que o DVD do filme trará o "final original" na já habitual "director´s cut" (versão dos diretores).

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

oieeeeeeeee

desculpa mas naum li o texto
hihihihihihi
muito grande

bjusssssssssss

legal o seu blog

quando quiser passa no meu flog
www.fotolog.net/maryann_alves

11:39 PM  
Anonymous Anônimo said...

Chike d+!!!!!!!!!!!!
>)

3:14 AM  
Anonymous Anônimo said...

Oi. Bom eu so li uma metade desse texto grande. Esse filme deve ser legal, talvez um dia eu veja ele. Ta muito legal o seu blogger.

Bjinhos

Analu

3:20 AM  

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